sáb, 20 dez 2025
Política

EUA impõe sanções a rede que recrutava mercenários

Os Estados Unidos da América (EUA) impuseram sanções a uma rede que, segundo eles, recruta ex-soldados colombianos e treina indivíduos para combater na guerra civil do Sudão.

Oito entidades e indivíduos – principalmente de nacionalidade colombiana – têm assistido as Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar sudanês, informou o Gabinete de Controlo de Activos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA na terça-feira.

O comunicado acrescentou que centenas de mercenários colombianos viajaram para o Sudão desde 2024, com a finalidade de servir como pilotos de infantaria e drones para as RSF. No ano passado, o presidente colombiano, Gustavo Petro, disse que aqueles que "derramam sangue jovem por dinheiro em países estrangeiros devem ser punidos criminalmente".

A participação de soldados – tanto da reserva como do activo – em conflitos estrangeiros remonta a décadas, às guerras dos EUA no Afeganistão e no Iraque, em troca da ajuda militar americana na guerra da Colômbia contra a droga e os grupos armados.

Os soldados colombianos reformados são comummente recrutados sob falsas promessas de trabalho de baixo risco, antes de aparecerem na linha da frente, como no actual conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e no Sudão. Em 2024, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Colômbia afirmou ter conhecimento de cidadãos que foram enganados pelo que chamou de "sofisticadas redes de tráfico humano" e se tornaram mercenários em conflitos internacionais.

No início deste ano, o Departamento de Estado determinou que os membros das RSF cometeram genocídio, embora tanto o grupo paramilitar como o exército tenham sido repetidamente acusados de crimes de guerra. A rede transnacional, acusada de auxiliar o grupo, é constituída por quatro entidades e quatro indivíduos, incluindo um cidadão com dupla nacionalidade colombiana e italiana, ex-oficial militar, atualmente sediado nos Emirados Árabes Unidos, país repetidamente acusado de armar as Forças de Apoio Rápido (RSF).

Em Agosto, a TV estatal sudanesa afirmou que a força aérea do país tinha abatido um avião dos Emirados Árabes Unidos que transportava pelo menos 40 combatentes colombianos, acrescentando que todos tinham morrido. Os Emirados Árabes Unidos negaram as alegações, embora, na altura, o presidente colombiano tenha dito que o seu Governo estava a tentar confirmar o número de mortos e se os corpos poderiam ser repatriados.