qua, 06 nov 2024
Economia

Sanções deixam em dificuldades diamantífera russa que opera em Angola

A diamantífera russa Alrosa está em dificuldades porque não consegue repatriar para a Rússia dividendos de 320 milhões dólares, por causa das sanções dos Estados Unidos e da União Europeia a empresas russas, devido à invasão da Ucrânia, apurou o jornal Expansão. Segundo este, as sanções internacionais continuam a penalizar as operações da multinacional russa em Angola.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Alrosa não consegue transferir os dividendos obtidos com a sua participação na mina de Catoca, onde é sócia da empresa estatal ENDIAMA. Ao todo são já 322 milhões de dólares, dos quais 134,4 milhões são relativos a dividendos de 2023.

O jornal adianta que as restrições impostas pelos EUA e a União Europeia podem influenciar negativamente as operações futuras da Alrosa em Angola, que neste momento se limitam à mina de Catoca, além de oferecer assistência técnica e de tratamento da exploração de diamantes da mina do Luele.

Fonte da Alrosa disse que, apesar das pressões externas, os russos estão firmes na exploração de diamantes em Angola, embora reconheça que o futuro da companhia na exploração de diamantes, com as limitações impostas, está cada vez mais em risco.

Segundo apurou o Expansão junto da mesma fonte, uma comissão constituída pelos dois países para discutir o repatriamento dos lucros da Alrosa em Angola, está a trabalhar numa solução que permita aos russos acederem aos seus dividendos. No entanto, disse, "não existe ainda nenhum acordo entre as partes, tudo porque Angola está a ser pressionada pelos americanos e europeus para cumprir as sanções impostas pelo ocidente. Tudo não passa de interesses geopolíticos, mas tudo está a ser feito para que os russos tenham acesso aos dividendos obtidos em Angola".

A diamantífera russa detém 41% da estrutura accionista da mina de Catoca e tem por receber 134,4 milhões de dólares referentes às operações em 2023. A este valor somam-se os 100 milhões de 2021 e 85 milhões de 2022.

Fotografia: Mina de Catoca