sex, 11 out 2024
Economia

Preço dos diamantes angolanos fica 30% a 55% abaixo do esperado no primeiro semestre de 2024

"De facto, a situação do mercado dos diamantes não está muito satisfatória", disse esta quarta-feira o administrador executivo da ENDIAMA, Laureano Receado Paulo. "Hoje temos, praticamente, vendas abaixo de 30% a 55% do preço planificado. Se se mantiverem os níveis atuais dos preços, provavelmente, vamos experimentar algumas dificuldades até o final do ano." O adminstrador, que falava na abertura do workshop de balanço semestral de produção de diamantes neste ano e perspetivas para o futuro, sinalizou também um conjunto de desafios que atualmente o subsetor dos diamantes enfrenta.

De acordo com o gestor, o segmento da produção dos diamantes em Angola só poderá melhorar com o conhecimento geológico para a descoberta de novas minas, realçando que já decorrem trabalhos para a melhoria do sistema de desmonte, carregamento, transporte e tratamento de diamantes.

"Continuamos também a dar ênfase à questão relacionada com questões económicas, teremos de trabalhar sempre no sentido de reduzir os custos ambientais e também constitui para nós uma grande missão a questão da responsabilidade social", disse.

Apontou ainda a necessidade de aumentar a capacidade produtiva e investigativa a nível da mina de Catoca, uma das maiores minas do país, para a manutenção da sua produção até os próximos 20 anos, referindo que a mina do Luele está em fase de consolidação.

"Neste momento temos em fase muito avançada dois projetos da ENDIAMA que é o Chambacanda e o Luaximba, que poderão, num futuro breve, aumentar o ciclo produtivo a nível do subsetor dos diamantes", concluiu.

Segundo o portal Minas de Angola, pelo menos 4,2 milhões de quilates de diamantes foram produzidos nos primeiros cinco meses de 2024 em Angola, período em que o país arrecadou 288 milhões de dólares.

As minas de Catoca e Luele produziram a maior parte dos diamantes neste período, nomeadamente 88% da produção retirados de depósitos primários e 12% dos depósitos secundários.