qui, 26 dez 2024
Internacional

Grande incursão de tropas ucranianas em território russo, na região fronteiriça de Kursk, apanha de surpresa Moscovo

"A situação operacional continua a ser difícil nas zonas fronteiriças. Para eliminar as consequências da entrada de forças inimigas, decidi estabelecer um estado de emergência", anunciou o governador Alexei Smirnov, numa mensagem na rede social Telegram. O alerta antiaéreo nesta região foi ativado repetidamente ao longo do dia e permaneceu ativo durante mais de 12 horas. O último alerta foi emitido às 20:16 (18:16 em Lisboa).

 

O governo local informou que desde o início da incursão milhares de pessoas abandonaram a região e mais de 600 foram colocadas em abrigos. O chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, informou que cerca de 1000 soldados ucranianos participaram na incursão armada lançada na véspera na região de Kursk. O ataque terá provocado cinco civis morreram até ao momento e outros 31 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde russo.

O Presidente russo Vladimir Putin disse que se tratou de uma "provocação em grande escala" por parte de Kiev, que acusou de realizar "bombardeamentos indiscriminados com diferentes tipos de armas, incluindo mísseis, contra edifícios civis, edifícios de habitação e ambulâncias.

Analistas militares russos criticaram entretanto o comando militar do país por não ter conseguido conter a incursão ucraniana. "Há dois meses que o inimigo acumula forças" para este ataque, afirmou o canal de Telegram Rybar, seguido por mais de um milhão de utilizadores, próximo das forças russas.

Washington vai pedir explicações a Kiev

"Vamos contactar o exército ucraniano para saber mais sobre os seus objetivos", disse a, também hoje, a porta-voz Karine Jean-Pierre aos jornalistas, em resposta a uma pergunta sobre a operação, que levou à retirada de milhares de civis de ambos os lados da fronteira. Washington apoia as ações de "bom senso" tomadas pela Ucrânia para travar os ataques das forças russas, acrescentou.

 

Em maio, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou Kiev a utilizar armas norte-americanas para atingir alvos em território russo perto da região de Kharkiv, no nordeste do país, que estava a ser atacada pela Rússia.

Mas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, reiterou que "nada mudou" na política dos EUA, que se opõe a qualquer ataque ucraniano em território russo.