“Enganam-se os lideres africanos que julgam que da Europa ou do Ocidente virá solução para África”
O Líder Espiritual da Igreja Tocoista manifestou tristeza pela forma como os lideres africanos buscam solução para os problemas do continente nos países ocidentais e europeus.Sua Santidade Bispo Dom Mayamona, lamentou o facto, ao mesmo tempo em que destaca que África tem condições para por seu próprio esforço solucionar seus problemas.
“Eu fico triste quando ainda até hoje não entendem os nossos irmãos que dirigem a África em termos políticos de que o mundo não vai facilitar nunca a África chegar onde pensam chegar. Nunca deixará que a África, de facto, exceda, evolua, ultrapasse o Ocidente... Não será possível.... Se a África, ela própria, não se unir, e com seus próprios pés e suas próprias forças, poder, de facto, criar mecanismos para o seu desenvolvimento, ao invés de aguardar que será a Europa, será o Ocidente, será não sei quem que vai lhes ajudar para a África chegar naquilo em que o patamar de grande desenvolvimento estão enganados”.
O Líder Espiritual realça que o mundo actual é dominado pela concorrência, logo não é possível, segundo faz saber Sua Santidade, um concorrente deixar o outro ultrapassa-lo.
“O mundo é um mundo de concorrências e quem já chegou lá não aceita que outro chegue lá... Se tu chegar lá, eles já não têm onde vender, já não têm onde buscar as matérias-primas, e a África é o poço das matérias-primas.... Infelizmente, a nossa liderança política ainda pensa que serão os ocidentais que vão ajudar a África... É triste. Se aqui saíram, não foram contentes, saíram à força, não foram a rir.... Então, como é que vão aceitar que a África, de facto, supere o Ocidente?”
Para Sua Santidade a unidade entre os povos africanos e a criação de estruturas e planos próprios são os caminhos que levarão o continente ao desenvolvimento.
“Se os africanos se unirem, eles próprios, deixar de ser teleguiados, no sentido de criar mecanismos, escolas próprias de formação, para que os quadros africanos possam ser eles a elevar a África.... Isso significa dizer que é preciso que a África se feche consigo mesma, deixar de ser, digamos assim, marionete, 20, 30 anos, a África fechada consigo mesma, cooperando entre si, certamente que chegaremos lá”.
O Líder Espiritual lamenta por outro lado, o facto da Liderança do continente não dar ouvidos aos enviados de Deus em África e buscam orientações longe das suas fronteiras.
“ Nós, como igreja africana, sentimos ainda a dor e as lágrimas do coração, quando sentimos que ainda nossos dirigentes acham que quem vai fazer evoluir o continente africano são os europeus, são os ocidentais... É pena! Nós vamos sofrer bastante”.
De acordo com Sua Santidade, as economias africanas vivem cativas das potencias mundiais, facto que dificulta o crescimento e desenvolvimento do continente.
“Veja o dólar, quanto custa alguma nota de dólar no nosso país! todo o salário que a gente ganha acaba imediatamente sem dar o resultado que se pretende, porque está sempre indexado ao dólar!... Infelizmente, temos que orar bastante, muito mesmo, para que a irmandade entre nós se consolide, primeiro entre os angolanos africanos, nos amarmos entre nós próprios, sabermos tratar nosso assunto entre nós, para que a partir dali sejamos capazes, de fato, de pensar como nós!”.
Esse pensamento voltado para África, na visão de Sua Santidade deve passar a existir começando nos dirigentes do continente.
“reuniões africanas, não devem entrar estrangeiros... Quando é para tratar o desenvolvimento africano, não devem permitir que pessoas que não são daqui entrem nelas...! Nós nunca vimos na União Europeia os africanos a participarem da União Europeia. Como que a África deixa que suas reuniões importantes para tratar o desenvolvimento da sua vida deixem que outros entrem nelas? ... Se continuarmos assim, é pena, e certamente que essas gerações serão mal faladas, julgadas, se não mudarem o pensamento que temos que nos amar entre nós”.
Finalmente, Sua Santidade apela aos actores políticos de África a usarem a política como um meio de unidade e desenvolvimento dos países.
“ A política não pode ser arma para se destruir entre os irmãos, mas sim para se unir e fortalecer, digamos assim, as nossas capacidades para podermos, de fato, levar para diante o continente que tanto custou, que ainda custa, digamos assim, e só sofre porque ele próprio não quer ser livre, não quer se libertar, de fato, e precisa agora libertar-se, ou agora, ou já não.
Liberte-se agora mesmo desta, digamos assim, armadilha onde foi colocada, em que não pode comprar sem dólar, não pode comprar sem euro, não pode fazer aquilo sem euro... Isso prejudica as nossas economias. A África é maior do que a Europa, e pode, sim, senhor, sozinha, fechar-se, os que já estão avançados, ajudar os outros, e em 20, 30 anos, a África muda”.
Salientar que o Líder Espiritual da Igreja Tocoista Santidade Bispo Dom Mayamona, fez esta intervenção durante cerimônia de cumprimentos de ano novo que decorreu no ISPT.