sex, 18 out 2024
Internacional

Biden apoia retaliação de Israel, mas não apoia ataque a instalações nucleares iranianas

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na quarta-feira que se opõe a que Israel ataque as instalações nucleares do Irão em retaliação ao ataque com mísseis balísticos do Irão. Biden concorda com a retaliação, mas defende que, embora Jerusalém tenha o direito de responder, deve fazê-lo "proporcionalmente".

Biden anunciou que seriam impostas novas sanções ao Irão e que o assunto foi discutido numa conferência  com os líderes dos países do G7 esta quarta-feira.

“Discutiremos com os israelitas o que farão, mas todos os sete concordamos que eles têm o direito de responder, embora devam responder proporcionalmente”, disse o presidente norte-americano aos jornalistas antes de embarcar no Air Force One. Questionado se apoiaria um ataque a instalações nucleares iranianas, Biden disse: “A resposta é não.”

Numa reunião após o ataque, na terça-feira à noite, o gabinete de Israel decidiu responder com força, mas primeiro coordenar com Washington, de acordo com o Canal 12.

A emissora pública israelita Kan citou fontes diplomáticas, dizendo que a resposta de Israel não levaria a uma guerra regional e que a eleição presidencial dos EUA no mês que vem foi um fator a ter em conta pelos israelitas.

Israel estaria a considerar um ataque às instalações nucleares ou petrolíferas do Irão como retaliação ao ataque de terça-feira, quando disparou 188 mísseis contra Israel, obrigando a maior parte da população a recorrer aos abrigos antiaéreos e causando danos consideráveis, mas apenas uma fatalidade conhecida — um palestiniano na Cisjordânia.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou logo após o ataque que o Irão tinha cometido “um grande erro” e que “pagaria o preço”.

O vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, disse, entretanto, que o governo Biden estava tentando alinhar a sua posição com Israel em qualquer resposta ao ataque do Irão, mas também reconheceu que o Médio Oriente estava no "fio da navalha" e que uma escalada mais ampla poderia colocar em risco os interesses israelitas e americanos.

Fotografia: soldados israelitas no sul do Líbano