qui, 19 set 2024
Internacional

Independentista da Catalunha Carles Puigdemont regressa a Barcelona, mas desaparece antes de ser detido pela Polícia espanhola

O independentista da Catalunha e antigo presidente do governo regional Carles Puigdemont regressou esta quinta-feira a Espanha, após quase sete anos a viver na Bélgica para fugir à justiça do país. Mas desapareceu antes de ser detido pela Polícia da Catalunha, que pôs em marcha a 'operação jaula' com o objetivo de o capturar. Na sequência da operação, foi detido um agente dos 'Mossos d'Esquadra', Polícia da Catalunha, por emprestar o carro usado na fuga pelo catalão. A polícia tinha ordens para o deter, quer fosse na fronteira entre França e Espanha, no evento convocado pelos apoiantes junto ao Parlamento ou quando tentasse entrar no edifício. Mas a fuga deixou as autoridades confusas, uma vez que estas econtavam detê-lo antes da sua entrada no parlamento catalão, que nunca se aconteceu.

Carles Puigdemon esteve a discursar para uma grande multidão, mas desapareceu logo depois de falar aos apoiantes da causa separatista. “Em condições de normalidade democrática, um deputado como eu anunciar a sua intenção de assistir a esta sessão seria desnecessário, seria irrelevante. Mas as nossas não são condições de normalidade democrática”, disse Puigdemont num vídeo partilhado nas redes sociais.

Pensava-se que seguiria para o parlamento, quando saiu do palco rodeado de pessoas, entre elas alguns dirigentes do Junts per Catalunya, partido que fundou. O escudo humano serviria para impedir que fosse detido pelos Mossos d'Esquadra. Contudo, apesar de ser esperada a sua presença no parlamento, Puigdemont desapareceu inesperadamente. Embora desconheça o paradeiro do catalão, a Polícia sabe que está em fuga num Honda branco e as fronteiras com França estão a ser vigiadas.

Desde o seu desaparecimento, especula-se se Puigdemont  vai entregar-se, se vai mesmo ao parlamento ou se vai regressar ao exílio.

Puigdemont escolheu este dia para regressar por se realizar no parlamento da Catalunha a sessão de investidura do novo governo regional.

O líder catalão, que vive na Bélgica desde 2017, é procurado pela Justiça espanhola pelo crime de desvio de fundos. O ex-presidente da Generalitat queixa-se da “longa perseguição” de que é alvo por ter permitido que os catalães votassem no referendo - considerado ilegal pelo governo espanhol. E critica o Supremo Tribunal por “se negar a obedecer à lei da amnistia que foi aprovada e está em vigor”. O Junts per Catalunya negociou essa lei em troca do apoio a um novo mandato do primeiro-ministro Pedro Sánchez. A lei foi aprovada, mas o juiz Pablo Llarena, do Supremo, alega que não se aplica ao crime de peculato - apenas ao de desobediência. Por isso, manteve o mandado de detenção.