Lula da Silva responde a Donald Trump, que prefere plantar comida do que alimentar discurso de ódio no Brasil
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou preferir plantar comida a ódio e violência, numa mensagem dirigida a Donald Trump, que acusa de se recusar a dialogar com o Brasil sobre as sanções tarifárias.
"Estou a plantar comida, e não-violência e ódio", afirmou o Presidente do Brasil num vídeo publicado nas redes sociais em que se mostra a cultivar uma muda de uva nos jardins do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Para o Presidente brasileiro, o "verdadeiro Brasil", que espera mostrar a Trump, é um país que "gosta tanto dos Estados Unidos como da China, da Rússia, do Uruguai e da Venezuela, pois quer dialogar com todos e não se 'inimigar' com ninguém".
Em causa está a tarifa adicional de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, imposta por Donald Trump e que o Governo de Lula da Silva tem tentado reverter. O Presidente brasileiro ,que busca negociar com os Estados Unidos um acordo comercial, afirmou que não aceita negociar a sua soberania, depois de Donald Trump ter condicionado a negociação tarifária à suspensão dos processos judiciais contra o ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
A crise diplomática entre os dois países também se agravou com a decisão do Governo norte-americano de retirar o visto de entrada no país a oito dos onze membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil, responsável pelo processo contra Bolsonaro.
As sanções dos EUA ao Brasil afectaram 35% das exportações do país sul-americano que, há cinco décadas, tem um défice na sua balança comercial com a primeira economia do mundo e, apesar de produtos como aviação ou o ferro terem ficado de fora das tarifas, produtos brasileiros como carne, café, frutas, entre outros permanecem com a tarifa máxima.
Em 2024, os Estados Unidos receberam 12% das exportações do Brasil, que totalizaram 40,3 mil milhões de dólares, enquanto as importações da maior economia mundial foram de 40,5 mil milhões de dólares.
Esta semana, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, ao anunciar um pacote de ajuda aos exportadores afectados pelas tarifas de 50% que Trump impôs ao Brasil, garantiu que lançará uma ofensiva comercial global com o objectivo de buscar novos mercados e substituir as exportações para os Estados Unidos.