“Angola é um País abençoado por Deus e não podemos deixar a sua liberdade voar outra vez”, alertou o Líder Espiritual da Igreja de Nosso senhor Jesus Cristo no Mundo, Santidade Bispo Dom Mayamona, durante homilia dominical na Catedral Tocoísta. Sua Santidade realçou a necessidade de a Igreja orar para que Deus ilumine os governantes de África no geral e de Angola em particular. “Vamos pedir aos que governam que Deus os use, que amem a Deus, que os use a trabalhar conforme a vontade de Deus”.

A actual situação social que o país vive de crise econômica e fome que boa parte da população enfrenta mereceu atenção do Líder Espiritual. Para Sua Santidade, Angola tem um solo que favorece a agricultura, que considera ser um dos mecanismos indispensáveis para se acabar com a fome no país. “Não podemos esperar os sacos de arroz que vêm da Europa, Ásia, ou da China. É uma estultícia” afirmou.

O Líder Espiritual apontou o trabalho e a aposta séria na agricultura industrial e familiar como a solução para se fazer face à crise que o país vive. “Nós temos de trabalhar conforme sofremos muito, aguardando um dia pela independência,. Podemos sofrer um pouco também para produzirmos, apertarmos os cintos e produzirmos e, em um ano, teremos comida, em dois anos, teremos excedente para exportar. Não precisamos de estar à espera do barco que atraque no porto”.

Sua Santidade aponta o imediatismo como sendo um dos elementos que impossibilita a tomada de decisões que possam dar resultados definitivos. “A nossa liberdade não pode ser vendida por causa de um prato de lentilhas, ou um prato de arroz ou de feijão e tornarmo-nos outra vez cativos. Paulo disse, 'vós que foram libertos, não voltem outra vez na servidão. Foram libertos com alto preço, quem é devedor, torna-se escravo do dono que lhe emprestou'. "A Bíblia é clara, quanto mais você dever, mais se tornará escravo. Vamos sofrer um pouco, vamos deixar o imediatismo, não, não, não, vamos sofrer um pouco”.

Sua Santidade, Bispo Dom Mayamona, realçou que as políticas para se dirimir a fome devem apontar para a prática e fortalecimento das actividades agrícolas. “O dólar do petróleo não pode ser para comprar arroz, tem de se comprar instrumentos de trabalho”.

Para Sua Santidade, a agricultura familiar deve merecer maior atenção. “Não comprem arroz com o dinheiro do petróleo, entreguem o dinheiro às famílias que têm cooperativas, que têm lavras, que têm agricultura de facto, dividam e coloquem limites e ao mesmo tempo, responsabilizem”.