sex, 18 out 2024
Internacional

Secretário-geral da ONU, proibido de entrar em Israel pelo governo de Netanyahu

António Guterres está proibido de entrar em Israel, declarou nesta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz. “Uma pessoa que não é capaz, de forma inequívoca, de condenar o ataque criminoso do Irão contra Israel não é digno de pôr os pés em Israel”, afirmou o ministro, confirmando a declaração de Guterres como “persona non grata“.

Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse Israel Katz num comunicado.

Guterres condenou, esta terça-feira, o alargamento do conflito no Médio Oriente e apelou a um cessar-fogo imediato, após o Irão ter atacado Israel com mísseis.

“Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, declarou Guterres na rede social X.

A declaração do Secretário-Geral da ONU foi publicada pouco depois do início do ataque do Irão a Israel.

Teerão lançou ontem uma chuva de mísseis contra Israel, que foram abatidos pela defesa aérea do país com a ajuda dos EUA.  “Em resposta ao martírio de [Ismail] Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir [Abbas] Nilforushan (ex-comandante da Guarda Revolucionária iraniana morto na sexta-feira Beirute), atacámos o coração dos territórios ocupados”, anunciou a Guarda Revolucionária iraniana através da agência noticiosa estatal ISNA.

Este anúncio iraniano foi feito quando os alarmes já soavam em todo o território israelita e o Exército avisava que tinham sido disparados mísseis do Irão, passava pouco das 19h30 locais (menos duas horas em Luanda), e apelava à população para procurar refúgio nos abrigos.

O Governo de Netanyahu tem mostrado irritação por António Guterres não apoiar incondicionalmente Israel e ter vindo a criticar o uso de força desproporcional de Israel, bem como o alastrar do conflito no Médio Oriente.  Já antes, Guterres tinha-se manifestado “extremamente preocupado” com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela “soberania e integridade territorial” deste país. Declarações feitas horas depois de as Forças de Defesa de Israel (IDF) terem iniciado a ofensiva terrestre no sul do Líbano.