seg, 16 set 2024
Igreja

A história de um local sagrado, da palmeira abençoada e de alguns "Judas" denunciados

No mesmo dia em que inaugurou o Sarcófago dos Patriarcas, monumento onde repousam os restos mortais dos pais de Simão Gonçalves Toco, Sua Santidade, Bispo Dom Afonso Nunes, presidiu a uma cerimónia num local junto a Zulu Mongo, aldeia natal do Santo Profeta, onde há uma enorme palmeira que, contam os mais velhos, durante anos não cresceu, até ao momento em que o Profeta ali esteve. Então, a palmeira começou a crescer e hoje tem mais de dez metros de altura.

Na cerimónia, o Bispo Dom Afonso Nunes fez notar a importância de visitar os locais sagrados de que todos ouvem falar. “Ouvir é uma coisa, mas ver é outra”, disse.

Sua Santidade recordou algumas dificuldades que a Igreja passou noutros tempos e recuou até ao ano de 1982, quando havia preparado uma viagem para ir àquele local com 421 pessoas, mas as autoridades  de então não autorizaram a viagem. "Mas a culpa desta proibição não foi das autoridades", disse Dom Afonso, "mas sim dos filhos da igreja que lhes diziam que se o deixassem sair a cidade iria desaparecer com os tumultos. Apareceu um Judas entre os organizadores da viagem”, disse, "e as autoridades só autorizaram que 21 pessoas fizessem a viagem de Luanda para o Uíge. Eu respondi que se não for autorizada uma só pessoa daquele número que indiquei, não haverá viagem. Mas também não contarei as pessoas no momento da partida. Eram tempos difíceis”, lembrou, mas as autoridades não conseguiriam contar o número de pessoas que viajavam com ele.

“É bom contar estas histórias, porque as pessoas vão mas a igreja fica”, disse, acrescentando que “os sacrifícios que sofremos anos atrás não foram culpa do Estado, mas dos judas que houve entre nós”.