A informação foi dada em conferência de imprensa pela médica ginecologista e obstetra, Deviana Simão, durante o lançamento da campanha “Viver e Crescer com Dignidade”, iniciativa da esposa do governador provincial de Benguela, Emília Nunes, referindo que o município de Benguela lidera a lista com 1.308 casos.

A situação, disse, é muito preocupante, tendo em conta que os números continuam a subir de forma significativa e sublinhou que a gravidez precoce atingiu proporções alarmantes na província, dai que qualquer acção que visa alterar esse quadro é bem-vinda.

A médica explicou ainda que, em média, cinco casos de gravidez precoce dão entrada diariamente na Maternidade do Hospital Geral de Benguela e devido à idade das pacientes, muitos partos são realizados por cesariana.

“Embora o número de mortes maternas seja reduzido, é fundamental intensificar as campanhas de educação sexual nas escolas e no seio familiar para reverter o cenário preocupante em Benguela”, defendeu.

Deviana Simão frisou que não pode haver preconceito na abordagem da gravidez na adolescência e dos métodos de prevenção, como o planeamento familiar, o uso do preservativo e a abstinência sexual, especialmente nessa faixa etária.

 Por sua vez, sub-director pedagógico do Instituto Técnico de Benguela, Cláudio Liahuca, informou que dos 100 casos de abandono escolar registados no ano passado, entre 10 e 15 tiveram como causa directa a gravidez precoce.