sex, 18 out 2024
Sociedade

Censo 2024 está em marcha há seis dias, mas os agentes de campo ainda não foram vistos em Luanda

O Censo Geral da População e Habitação em todo o território nacional começou há seis dias e os agentes de campo ainda não foram vistos em Luanda, segundo informações recolhidas pelo Novo Jornal.

No entanto, o Instituto Nacional de Estatística (INE), assegura que o processo está a correr bem, apesar de reconhecer algumas falhas, nomeadamente com o aplicativo, que nem sempre trabalha da melhor forma. Alguns recenseadores disseram  àquele jornal que não estão a conseguir trabalhar com o aplicativo que é disponibilizado para a recolha de dados e muitos queixam-se da falha no próprio sistema.

Por outro lado, vários cidadãos disseram que ficaram em casa o dia todo durante o fim-de-semana, à espera dos recenseadores, que não apareceram.

As pessoas dizem que ninguém está a passar nos bairros, a bater às portas das residências, tal como aconteceu no último censo, em 2014.

O Censo Geral da População e Habitação, que decorre até 19 de Outubro, teve início na passada quinta-feira à meia-noite, e os primeiros cidadãos a serem contados foram os sem-abrigo, em diversos pontos de Luanda e do país.

O Governo anunciou que disponibilizou cerca de 30 mil milhões de kwanzas para cobrir as despesas relacionadas com a preparação do Censo 2024, mas os recenseadores queixam-se da falta de alimentação e de transportes.

O Instituto Nacional de Estatística anunciou que tem mais de 92 mil técnicos a trabalhar no processo. Estes técnicos receberam formação para saberem trabalhar com o aplicativo, uma vez que é a primeira vez que o Recenseamento Geral da População e Habitação se realiza com meios digitais. No entanto, uma fonte do INE denunciou ao Novo Jornal que muitas pessoas que receberam formação, nomeadamente professores, foram inexplicavelmente afastadas para dar lugar a estagiários que agora apresentam défice de conhecimento técnico.

A Rádio Nacional de Angola relatou que, no Kuando-Kubango, problemas logísticos estão a condicionar o arranque do Censo em Menongue.

A comissão multissectorial do Censo tem apelado à  população para que forneça informações verdadeiras aos inquiridores, de modo que os dados recolhidos permitam ao Governo definir posteriormente políticas adequadas às necessidades reais da população.