O cantor, compositor, violonista e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, de 82 anos, um dos principais ícones da música popular brasileira, anunciou que vai fazer a sua última digressão em 2025, quando assinala 65 anos de carreira.

O fundador do Movimento Tropicalista, juntamente com Caetano Veloso, anunciou através de um comunicado que “Tempo Rei”, a digressão que fará entre março e novembro do próximo ano por nove cidades brasileiras, será a última da sua carreira.

Gil, que foi ministro da Cultura entre 2003 e 2008, no primeiro Governo de Luiz Inácio Lula da Silva e é conhecido mundialmente por canções como “Aquele Abraço”, “Cálice”, “Refazenda” e “Domingo no Parque”, irá realizar dez concertos em estádios ou pavilhões desportivos. A digressão terá início a 15 de março no estádio Arena Fonte Nova, em Salvador, sua cidade natal, onde iniciou a carreira. Prosseguirá no Rio de Janeiro, onde está radicado desde os anos 60 e que serviu de catapulta para os seus primeiros êxitos.

Também está previstas atuações no Rio de Janeiro, no estádio Allianz Parque em São Paulo e nas cidades de Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Fortaleza e Recife, até 22 de novembro.

Gil explicou no comunicado que decidiu dar os primeiros passos para se retirar dos palcos depois de refletir sobre o mercado musical atual e as exigências físicas das digressões. "Quero continuar a fazer música, mas a um ritmo diferente. E antes disso, vamos ter aquela celebração bonita com o público e a família", disse.

O cantor adiantou que, sendo esta a sua última digressão, o repertório fará um balanço da sua carreira e incluirá os maiores êxitos das diferentes fases do seu percurso musical.

A música de Gilberto Gil é uma mistura de ritmos tradicionais brasileiros, como o samba e a bossa nova, com o rock, e as suas melodias apresentam frequentemente refrãos e vozes que se assemelham a sons da natureza.

O cantor, que também toca vários instrumentos, é produtor musical e já vendeu cerca de quatro milhões de cópias dos seus quase 60 álbuns. Recebeu nove prémios Grammy e, em 1999, foi nomeado "Artista pela Paz" pela UNESCO.