seg, 25 nov 2024
Internacional

Polícia moçambicana prende gangue de raptores chefiados pela ex-sogra de Nini Satar

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) moçambicano deteve, esta terça-feira, a líder de um grupo de raptores. A mulher, ex-sogra do criminoso Nini Satar, foi acusada de envolvimento em crimes de rapto. 

O SERNIC informou a imprensa de que já deteve um dos mandantes dos raptos que atormentam o país há mais de 10 anos.  É, na verdade, uma mulher, por sinal, ex-sogra de Nini Satar.

Nini Satar cumpre actualmente uma pena de prisão de 24 anos a que foi condenado em 2003 pelo homicídio do jornalista Carlos Cardoso.

A justiça considerou que Nini Satar, um homem de negócios, e outros arguidos condenados, mataram Carlos Cardoso devido à investigação que o jornalista vinha fazendo a uma fraude bancária ao antigo Banco Comercial de Moçambique (BCM), à data considerado o maior rombo financeiro na história do país.

Satar havia saído da cadeia sob liberdade condicional em 2014, mas voltou à prisão em 2018, após ser repatriado da Tailândia, onde vivia após violar o prazo que lhe tinha sido concedido pela justiça moçambicana para sair do país em tratamento médico.

O recluso voltou a ter problemas com a justiça moçambicana, quando o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo o pronunciou por seis crimes cometidos em 2016, nomeadamente duas tentativas de rapto, uso de armas proibidas, associação para delinquir, um roubo qualificado e rapto consumado.

A justiça moçambicana suspeitava que Nini Satar era um dos responsáveis pela onda de raptos que atingiu Maputo entre 2011 e 2014, visando principalmente homens de negócios ou familiares destes.

São ao todo três rostos apontados pelo SERNIC, a ex-sogra de Nini Satar, o seu filho, que vive em Portugal, e o motorista da família, que era responsável por movimentar os valores envolvidos. 

De acordo com o SERNIC, duas vítimas de raptos retornaram, esta semana, ao convívio familiar. São as vítimas dos raptos que ocorreram no dia 24 de Abril, na Av. Joaquim Chissano, e o mais recente caso, do dia 5 de Agosto, em frente ao hotel Terminus. Todos supostamente orquestrados pela ex-sogra de Nini Satar, o seu filho e o motorista.

O rapto é o crime mais grave em Moçambique. O próprio presidente moçambicano lamentou deixar o cargo sem deixar este problema resolvido. Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixaram o país por receio, segundo números divulgados na semana passada pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende que é tempo de o Governo dizer "basta".