Ativista pela paz denuncia grave situação das mulheres vítimas da guerra na RDC
A ativista da República democrática do Congo (RDC) Julienne Lusenge manteve esta quinta-feira um encontro com o líder da Igreja Tocoísta, Sua Santidade o Bispo Dom Afonso Nunes, e foi depois entrevistada pela Rádio Tocoísta, onde alertou para a grave situação que se vive no Congo Democrático devido ao conflito armado no leste do país. Uma guerra, disse, que afecta dramaticamente as populações, em especial as mulheres. Julienne Lusenge é presidente da organização Solidariedade Feminina para a Paz e Desenvolvimento Integrados (SOFEPADI), uma união de 40 organizações femininas nas províncias orientais da RDC.
Julienne, que trabalha incansavelmente pela paz e luta pelo fim da violência sexual na RDC, tornou -se ativista em 1998, quando a guerra interétnica chegou à sua porta. Depois de testemunhar ataques de membros de grupos armados que brutalizavam e violavam mulheres da sua comunidade, Lusenge decidiu agir.
Hoje, a SOFEPADI ajuda sobreviventes de violência sexual em todo o leste da RDC a recorrerem à justiça contra os seus agressores. Lusenge também promove ativamente a aceitação e a reintegração das mulheres sobreviventes nas suas comunidades.
Julienne Lusenge, que estava acompanhada por uma comitiva de mulheres e pelo embaixador da RDC em Angola, acusou o Ruanda e o Uganda de não estarem a cumprir o acordo assinado em Luanda pelos presidentes dos dois países africanos, Paul Kagame e Yoweri Museveni, para solucionar os problemas de segurança na região dos Grandes Lagos.
Por seu lado, Sua Santidade, Dom Afonso Nunes garantiu que a Igreja Tocoísta vai continuar a interceder com ações concretas para ajudar a solucionar o conflito que opõe os rebeldes do M23 apoiados pelo exército do Ruanda às Forças Armadas da RDC.