Pagers usados ​​por centenas de membros do grupo militante Hezbollah explodiram quase simultaneamente na terça-feira no Líbano e na Síria, matando pelo menos 12 pessoas, incluindo uma menina de 8 anos, e ferindo milhares de militantes do grupo, disseram autoridades. O Hezbollah e o governo libanês culparam Israel por este sofisticado ataque remoto.

Pequenas quantidades de explosivos foram colocadas nos pagers pela Mossad, os serviços secretos israelitas, e, posteriormente, detonadas à distância.

Entre os feridos estava o embaixador do Irão no Líbano.

O líder do ordenou a encomenda dos pagers depois de ter proibido que os membros do grupo usassem telemóveis, porque estes poderiam ser rastreados pela inteligência israelita. Um oficial do Hezbollah disse à Associated Press que os pagers eram de uma nova marca.

A empresa taiwanesa Gold Apollo admitiu esta quarta-feira que autorizou a utilização da sua marca nos pagers AR-924 usados ​​pelo grupo militante Hezbollah, mas os dispositivos foram produzidos e vendidos por uma empresa chamada BAC.

Por volta das 15h30, hora local, na terça-feira, enquanto as pessoas faziam compras no mercado, sentavam-se em cafés ou dirigiam carros no trânsito, os pagers em suas mãos ou bolsos começaram a aquecer e depois a explodir, lançando o caos e o pânico entre mortos e feridos no Líbano e na Síria. As vítimas são, quase todas, membros do Hezbollah, mas as explosões também terão atingido vítimas inocentes, incluindo crianças.

De alguma forma, a Mossad, serviços secretos israelitas, terá conseguido interferir na produção dos pagers e colocado explosivos nos aparelhos, que depois foram distribuídos por milhares de membros do Hezbollah. O resultado foram milhares de feridos atingidos pelas explosões simultâneas acionadas à distância. Em hospitais lotados, deram entrada feridos levados de urgência, alguns perderam as mãos, outros de rostos parcialmente destruídos ou com buracos nos quadris e pernas, de acordo com fotógrafos da AP.

As explosões ocorreram principalmente em áreas onde o grupo tem uma forte presença, particularmente num subúrbio ao sul de Beirute e na região de Beqaa, no leste do Líbano, bem como em Damasco, de acordo com autoridades de segurança libanesas e um oficial do Hezbollah.