seg, 25 nov 2024
Internacional

Presidente do banco Morgan Stanley International desaparecido no naufrágio do super-iate de milionário britânico

O presidente do banco Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, e sua mulher Judy também estavam a bordo do super-iate do magnata da tecnologia britânico, Mike Lynch, que se afundou em Itália. Ambos estão ainda desaparecidos, tal como Lynch e a sua filha Hannah, de 18 anos. Outro dos deaparecidos é o advogado da Clifford Chance, Chris Morvillo, que representou Lynch numa recente batalha legal nos Estados Unidos.

Jonathan Bloomer, presidente do banco de investimentos Morgan Stanley International, foi testemunha de defesa no  recente julgamento de Mike Lynch, nos EUA, onde este foi ilibado de uma acusação de fraude. Bloomer começou a trabalhar no Morgan Stanley no final de 2016, ocupou muitos cargos de liderança em vários conselhos de administração e foi sócio da consultora Arthur Andersen. Entre 2006 e 2012, Bloomer foi sócio da empresa de private equity Cerberus European Capital Advisors, e de 2000 a 2005 foi PCA do grupo segurador Prudential, donde foi afastado do conselho de administração por alegados erros de gestão.

Os outros desaparecidos são a mulher de Bloomer, a filha de 18 anos de Lynch, Hannah, o advogado Chris Morvillo e a sua mulher, Nada Morvillo. De 1999 a 2005, Morvillo atuou como procurador assistente dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York. Nesta função, trabalhou nas investigações criminais aos ataques terroristas de 2001 ao World Trade Center. Desde 2011 é sócio do escritório de advocacia Clifford Chance em Nova York.

Entre os sobreviventes está a mulher de Lynch, Angela Bacares e Charlotte Golunski, de 35 anos, que conseguiu resgatar a sua filha de um ano num salvamento dramático. “Por dois segundos, perdi a menina na água, depois segurei-a novamente, no meio da fúria das ondas e da tempestade. Felizmente, o bote salva-vidas insuflou-se e 11 de nós conseguimos subir para ele”, contou ela. O marido de Charlotte e pai da criança, James Emsilie, de 35 anos, também se salvou. Em poucos minutos, o barco foi atingido por um vento muito forte e afundou pouco depois.

Tudo indica que o vento partiu o mastro do iate, de 75 metros em alumínio, levando a embarcação a tombar e a meter água muito depressa. Em segundos, afundou-se.  Ali perto, estava o veleiro holandês "Sir Robert Baden Powell" e foi este que protagonizou o salvamento dos sobreviventes que subiram para o bote salva-vidas. A  tripulação holandesa ajudou os náufragos, resgatando-os da tempestade. Karsten Börner, comandante do navio holandês, relatou esses momentos dramáticos: “Estávamos planeando ir ao porto de Arenella, em Palermo, mas fomos atingidos por uma tempestade e tentámos manter a posição com os motores ligados. o barco próximo a nós desapareceu de repente. Vimos um foguete sinalizador vermelho vindo da área do barco, então eu e o meu primeiro oficial entrámos no tender e fomos ajudar: recuperámos os sobreviventes, inclusive uma menina. Depois, o alarme foi dado e vieram as unidades da guarda costeira."

Próximas 24 horas são críticas

As equipas de resgate que procuram sobreviventes numa corrida contra o tempo disseram que as próximas 24 horas são "críticas" para encontrar alguém vivo dentro do veleiro.

As equipes de busca revelaram que o barco está encalhado a 57 metros da superfície, no fundo do mar, tão fundo que os mergulhadores só conseguem descer 10 minutos de cada vez, mas os seus movimentos têm sido dificultados pelos móveis, que estão a bloquear as entradas.

Um especialista no local afirmou que o navio está quase intacto e poderá haver bolsas de ar no interior que mantenham alguém vivo. 

Seis pessoas estão desaparecidas desde que o Bayesian se afundou durante uma tempestade na manhã de segunda-feira.