Um homem de 70 anos foi linchado, torturado e enterrado vivo por um grupo de mais de 25 moradores de uma aldeia que o acusavam da morte de um jovem por feitiçaria.

O crime aconteceu na Comuna de Chivaulo, na aldeia de Sambundi, município de Andulo, província do Bié. O idoso encontrava-se na sua residência e foi surpreendido pelos acusados, moradores da mesma aldeia, que o atacaram com catanas, paus, pedras, ferros e cordas.

Os populares agrediram o idoso e de seguida, antes de o amarrar e o manter cativo sob tortura durante dois dias. Depois, levaram-no para o cemitério local e enterraram-no vivo.

O porta-voz da Direcção Nacional de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), intendente Quintino Ferreira, disse ao JA que o crime aconteceu quando um jovem na aldeia morrer por doença e os populares se convenceram de que tinha sido vítima de feitiçaria exercida pelo idoso.

A crença e ignorância da população levou à tragédia. O intendente Qintino Ferreira explicou que, antes da sua morte, o idoso foi mantido durante dois dias num quintal, onde foi submetido a tortura física e só depois levado para o cemitério, onde foi enterrado vivo.

A situação foi denunciada por familiares do idoso numa esquadra da Polícia Nacional, e quando os agentes se dirigiram à aldeia foram atacados e agredidos pela população. Dois agentes tiveram mesmo de receber tratamento hospitalar.

Um dia depois, a Polícia voltou à aldeia com mais efetivos e deteve mais de 25 pessoas, sob acusação de homicídio voluntário.